Escrito há setenta anos, o livro "A revolução dos bichos", de George Orwell, me vem à mente quando penso nos trinta e cinco anos do PT.
Na fábula o grande britânico, que era socialista e inimigo de qualquer forma de manipulação política, satiriza a ditadura stanilista humanizando animais. Os bichos tomam a granja e expulsam os homens. Então se instaura uma nova forma de vida para os ora explorados bichos. Todos têm direitos às mesmas frações de água, de comida e de descanso. Todavia, os porcos, por serem um pouco mais inteligentes, começam a "governar" o reino dos animais e, sob a desculpa de tentarem manter um sistema que 'seria bom para os bichos' se envolvem em homicídios, em notícias falsas e em uma série de mecanismos conhecidos nossos. No fim das contas, a bela história termina com os porcos sentando à mesa, onde outrora só os homens se sentavam, comendo e se embriagando. No fim das contas, os porcos comem com talheres. Na fábula "todos os animais são iguais, mas uns são mais iguais do que os outros."
Talvez na tentativa de defender um estilo de vida, uma ideologia, uma religião, um sistema partidário, um partido, uma pessoa... a primeira coisa que fazemos é descaracterizar o que antes protegíamos e torná-lo algo menos igual do que ele jamais teria sido. O sistema político brasileiro é uma bestialidade e os bichos, que um dia prometeram mudá-lo, sentaram-se à mesa e comem com talheres.
Parabéns PT, "quem te viu e quem te vê"!