terça-feira, 31 de janeiro de 2012

"Quem pensa por si mesmo é livre..."






Jesus girtou em angústias do alto da cruz: "Tetélestai!", ou seja "Está Consumado!"
Foi um grito, porém o cristianismo não tem entendido o ponto final que Jesus colocou na estória das prisões religiosas e legais mal interpretadas do primeiro testamento. Estamos todos livres. Não exista nada que possamos acrescentar de eterno ao Eterno, porque estamos caminhando de eternidade em eternidade, aqui e agora.
De maneira religiosa é díficil entender isso porque a religião tenta atrelar tudo à normas, condutas, sexualidade e moralismos. E aqui, creio eu, não cabe nada disso. Aqui cabe apenas liberdade que gera amor e amor que gera liberdade.

Na minha opinião foi um não-religioso que bem entendeu isso: "Quem pensa por si mesmo é livre e ser livre é coisa muito séria." (Renato Russo)
Está consumado. Estamos livres para ser o que somos com responsabilidade.
RJ

p.s. Gláucia, obrigado pelo cd!








domingo, 29 de janeiro de 2012

A guerra nossa de todos os dias....

"Só os mortos poderão ver o fim da guerra."
Platão

A guerra de todos contra todos..... a guerra dos homens que consomem outros homens, que preocupam-se apenas com o "ter". Apenas os mortos verão o fim da guerra que perverteu o "ser". A guerra das religiões e dos preconceitos. A vocês amigos, que não se curvaram ao mal, fiquem firmes até que o fim da guerra venha.
RJ

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

PÁGINAS DE UM DIÁRIO...




16 de junho de 2006;
     Viajei até Salinas/MG para encontrar-me com meu amigo Walmath. De lá viemos para Almenara. Encantei-me com a paisagem e principalmente com a estrada. A estrada de Salinas para Almenara é sem dúvida alguma cinematográfica. É deserta, com curvas bastante acentuadas. A vegetação varia entre o verde e o cinza. Prefiro o cinza! A sensação que aquele caminho me trouxe foi a de um deus. Um deus do asfalto.
     Estou hospedado no SESC. É um chalé bem confortável. Parece a cela de um convento. Tenho mesa para escrever, um bom banheiro, uma cama espaçosa e silêncio completo. Se Deus tirasse férias gostaria de se hospedar aqui.
     A felicidade que a companhia de Wal me traz é acrescida pelo lugar onde estamos. Acredito que serão dias perfeitos. Sinto-me temporariamente feliz.
RJ

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

PÁGINAS DE UM DIÁRIO...



Não anotei a data. Está entre os dias 02  e 28 de novembro de 2010;
     Hoje estive com Walmath. Desde junho não nos víamos. Ele ainda não sabe sobre todas as minhas dificuldades. Almoçamos. Bebi um copo de chope com ele e depois fomos à livraria. Só namoramos os livros e dali tomamos um sorvete. Fui embora logo. Estou cansado. Estou muito cansado de tudo isso. Tenho que me reencontrar mais uma vez. Encontrar meu eixo.
     A sensação de morte é bem interessante. Por mais que eu creia em eternidade, minha mente me trai e faz com que meu coração fique aflito (risos). Como o sonho da longevidade me é presente. Seria maravilhoso. O mito do vampiro!Creio que tenho quase todas as características "..." só me falta a vida eterna.
     ....estou sem fôlego hoje...saudades do Alexandre...do Chico.

RJ






terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Primeira página de meu diário iniciado no ano de 2000....



"Se algum dia você tocar neste diário será porque eu o permiti, ou será de maneira clandestina. De uma maneira ou de outra, lembre-se: você está tocando em minhas memórias. Você está tocando em mim!"
Raphael Juliano

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

DIÁRIO DE UM TIO 4


 16 de janeiro de 2012;
Adélia Prado certa vez escreveu algo do tipo: "a memória só guarda aquilo que o coração amou". Lembrar é amar! Essa é uma verdade quase que absoluta e quando a distância tenta ser uma divindade em nossas vidas percebemos isso com mais clareza. Quando a distância quer que nos ajoelhemos aos seus pés e nos rendamos permitindo que o esquecimento abrace definitivamente aquilo que o coração se esforça por vivificar na mente, temos que perceber o pulsar ofegante da saudade no corpo. A saudade é esse sintoma do que está guardado na alma. É a força da presença que não quer se fazer ausente. 
Tenho recebido fotos de minha irmã para deixar o coração sempre aquecido. Tenho falado com o pequenino ao telefone para que ele não se esqueça de minha voz. Tenho feito minhas liturgias relacionais (apesar de ter abandonado liturgias faz muito tempo) para tornar este meu coração mais forte.  Afinal, liturgias, símbolos são para os fracos. E quem não é fraco? Quem não precisa vez ou outra, de um sinal, de um rito, de uma epifania? Precisamos sim, de sacramentos relacionais, para tocar a beleza das relações. Que sejam fotos, flores, cartas, emails... que sejam telefonemas e mensagens! É preciso trazer à memória o que o coração ama através de sacramentos.
Obrigado pelas fotos que fazem lembrar, minha irmã querida.
Obrigado pelas letras que fazem chorar, Exupéry.
RJ



sábado, 14 de janeiro de 2012

Desculpem!

Amigos, estou tentando mudar um pouco o blog neste 2012, mas devido minhas dificuldades de inteligência-virtual as coisas estão ficando confusas,rs. Mas o espaço continua sendo um depósitos de afetos.....

RJ

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Satanizaram o Natal, por Bráulia Ribeiro.


Bráulia Ribeiro
De como os evangélicos vão ficando cada vez menos humanos e trabalham sem saber para a desevangelização do Brasil.



Satanizaram o Natal. Me parece até surreal quando vou a igrejas, e a sites evangélicos, e não se faz nem uma referência ao Natal sequer, nem se tem um culto de celebração dia 24, ou 25 parte da tradição cristã há tantos séculos. Às vezes não acredito, me belisco, penso, não, esta doença vai passar, mas que nada, se alastra mais e mais. Mesmo os cristãos que contra a corrente mandam seus cartõezinhos, se sentem no dever de nos exortar contra o comercialismo, contra os presentes, no meio de votos tímidos de felicidade e feliz ano novo. Quando encontro um irmão na rua e desavisadamente comprimento com um animado: “Feliz Natal!” Eles me olham como se estivesse falando uma heresia, ou num ar condescendente explicam que já não estão mais neste mundo e que Cristo nasce todo dia….
Tradições religiosas como o Natal tem o papel de reforçar valores sociais comuns. Enquanto no carnaval e no reveillon, a tradição é subverter valores, se esbaldar, praticar o impraticável durante o resto do ano, por isto são chamados por Roberto Damatta, antropólogo brasileiro de “ritos de inversão”, na festa do Natal principalmente os trabalha para reforçar os valores positivos. Natal é a festa da família, de comer juntos um peru, de decorar a árvore ou o presépio, de cantar hinos, de se presentear os amigos, os familiares, de dar gorjetas maiores, de pensar nos que estão distantes. Nesta época Holywood lança inúmeros filmes sobre pais e filhos, pais desnaturados com valores errados, que de alguma forma perderam a noção do que é importante, e nesta época se encontram com algo que “os converte” novamente à família. Nesta época até os sem religião ficam com os olhos marejados diante de um presépio bem feito, ou dos garotos cantando canções natalinas nas janelas do HSBC em Curitiba.
Boicotar as festas cristãs mais importantes como o Natal e a Páscoa é boicotar-se a si mesmo, perder uma boa oportunidade para falar de Cristo, abraçar pessoas, espalhar fraternidade e carinho numa época em que as pessoas se voltam automaticamente umas para as outras. Nossa vida em sociedade é feita de ritos, tradições e heranças simbólicas. Estes crentes anti-natal, dominados por um zelo místico e sem respaldo bíblico querem renegar todas suas tradições culturais, até as mais inofensivas.
Ritos de reforço são tão necessários quanto ritos de inversão. Não é porque nos convertemos que deixamos de ter cultura. Continuamos a ter necessidade de reforçar socialmente o que acreditamos. Ironicamente a falta do Natal, junto com a demonização de certos símbolos cristãos como a cruz, continuou tendo este mesmo fim social. Se tornaram os “desritos” que reforçam a separação evangélica do mundo. Mas porquê se tornaram necessários artifícios sociais como estes, se a nossa cultura cristã quando puramente bíblica já nos “marca” automaticamente com uma diferença moral, já nos banha como o hissopo da conversão do caráter que tem não tem paralelo a nenhuma outra experiência humana? A mudança de caráter, a conversão de valores é segundo Jesus (Jo17) e deveria continuar sendo a maior marca que torna os cristãos conhecidos não importa a cultura, os ritos que praticam ou deixam de praticar, a freqüência ou não na igreja.
Infelizmente o sincretismo moral tomou conta da igreja. Pregamos nos nossos púlpitos do mesmo jeito que se prega nas palestras de auto-ajuda nos auditórios de hotéis. Você pode, você merece, você tem direito. Estamos debaixo da soberania do eu, da tirania da felicidade egoísta. Se distribuem riquezas, beleza, orgasmos múltiplos, alegrias festivas nos púlpitos, numa supercialidade que nos faz duvidar que Jesus morreu na cruz, mas deve ter acendido aos céus numa almofada cor de rosa.
O Natal vai sim se tornar uma festa cada vez mais pagã. Vai se falar mais em trenós, duendes e renas, neve (mais uma estupidez nossa, europeus dos trópicos) e cada vez menos no nascimento de Jesus, porquê nós não vamos estar presentes no cenário cultural geral para salgar nada. Vamos ignorar a importância da história mais recente, super-valorizando uma origem pagã datada de milhares de anos atrás.
Nosso cristianismo vai se tornar apenas uma experiência mística vazia, ao invés de uma realização do fato mais importante da história da humanidade, o nascimento do criador em forma de homem. Fato constado historicamente, documentado, materialmente fisicamente e culturalmente real num dia específico da história humana. Um dia ele nasceu, não sei se em setembro, novembro ou dezembro, a acuracidade do mês e do dia não importa tanto quanto o evento. Um bebê humano em toda sua fragilidade, chorou ao ser parido por uma mãe humana. Mas nele havia o DNA divino. Nele estava contida toda a plenitude da divindade, numa maneira que nossa mente limitada não alcança entender. Ele era Deus mas não teve por usurpação o ser igual a Deus, mas antes tomou a forma de servo e seguiu até a morte na cruz.
Nascer, viver, morrer e ressucitar de uma maneira divina, no entanto humana foi sua mensagem principal. Eu os amo, amo a ponto de me encarnar, de me limitar à sua humanidade, de me tornar criatura, eu o Criador, e assim ensinar-lhes como viver. E assim marcar a história humana com um AC DC. E assim me tornar o autor da maior transformação que a humanidade já sofreu. Esta história que se repete hoje nas nossas vidas, é verdade que ele “nasce” dentro de nós quando nos convertemos, teve um início.
Só me resta agora lamentar nossa ignorância. Ignorância religiosa, sociológica, cultural. Desprezamos símbolos importantes numa fase em que deveríamos reforçar-lhes o valor. Iludidos por ensinos enganadores, superficiais, que desconsideram tanto a história deixamos de relembrar a humanidade do que ela já sabia, mas está esquecendo.
Só me resta lamentar este evangelicalismo armadilha no qual fomos presos. Não sabemos ser cristãos mais. Tornamos-nos semi-bruxos exotéricos, neo-cristãos-medievais próximos das experiências místicas, mas distantes das verdades históricas profundas. Somos capazes de pregar uma felicidade terrena sem limites, mas incapazes dos sacrifícios morais, incapazes da verdadeira santidade, somos capazes de discriminarmo-nos uns aos outros com base em sutis discrepâncias doutrinárias, no entanto incapazes de amar.
ESTE TEXTO FOI PUBLICADO ORIGINALMENTE NO LINK CRISTÃO:
http://www.genizahvirtual.com/2012/01/satanizaram-o-natal.html

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

DIÁRIO DE UM TIO 3

03 de janeiro de 2012;
                Após os últimos dias do nosso tênue referencial de tempo, com nossas “orgias gastronômicas” – como diria um amigo – volto a ler para meu pequeno Enzo.
                Ele estava chorando muito. Creio que por algum tipo de manha infantil. Provavelmente queria o colo, mas por ordem da mãe deixei-o no berço e retomei a leitura de “O Pequeno Príncipe”. O pequenino tem pulmões fortes, mas nada que a suave literatura de Exupéry não pudesse acalmar. Conforme lia, afagava o bebê e o choro dava lugar à quietude, ao olhar sereno de uma vidinha que tenta entender a oralidade rouca de um tio-leitor. Aos poucos os olhinhos grandes e pretos foram ficando menores, meio que atordoados, como se o bebê-ouvinte estivesse tomando uma dose de algum anestésico bom prá alma. E cerraram-se os olhinhos antes mesmo que eu pudesse apresentar a raposa ao Pequeno Príncipe, no capítulo XXI.
                Incrível como é fácil fazer disso uma espécie de oração-leitura que nos liga a Deus com uma dinâmica tranqüila e amistosa.
                Essa é nossa oração de hoje: choro, olhar, literatura, sono e, sobretudo a certeza de que nossos espíritos se uniram ao Espírito em amor.
RJ