terça-feira, 30 de junho de 2015

Wathsapp, um lindinho que apareceu em minha vida



Há um ano e meio eu me comunicava via SMS. Hoje esse tipo de comunicação se tornou obsoleta. E-mail? Só o do trabalho, o pessoal eu uso para me comunicar com a editora, com livrarias e para receber ofertas de produtos em promoção.

Eu me lembro de quando os vanguardistas de meu grupo apareceram de celulares com android. Foi a deixa para o poderoso wathsapp entrar em nossas vidas. Eu relutei. Meus amigos designers diziam: "O layout do wathsapp é perfeito!" Meus amigos pedagogos diziam: "Isso é chato. Não nos deixa conversar." Dezoito meses depois e todos tínhamos aderido ao bendito aplicativo. Marcamos nossos churrascos, combinamos as viagens, confabulamos os encontros de fim de semana, programamos uma visita ao amigo que adoeceu, mobilizamos um grupo para ajudar alguém que precisa... fazemos tudo com os dedinhos. Claro, existem os que gostam de gravar áudios, mas esses são minoria.

O wathsapp veio como um messias. Dividiu em dois momentos a história da telecomunicação moderna. O primeiro, onde pagávamos caro para nos falarmos, desse onde materializamos uma imagem pela cam e nos fazemos presentes, e isso por um valor muito pequeno. Sei que muita coisa está acontecendo nas oficinas dos Jobs espalhados pelo mundo, mas desde o surgimento da internet não criamos algo tão poderoso como o wathsapp. Fácil e instantâneo! Algumas empresas já estão pagando smartphones para seus funcionários de modo que tenham acesso a eles vinte e quatro horas. Policiais já estão usando o aplicativo como uma segunda central de informações justamente por isso: fácil e instantâneo. Os médicos já realizam consultas e retornos pelo "zapzap". Basta anexar fotos dos sintomas visíveis, um breve relato dos sintomas clínicos e os resultados dos exames. Bingo! "Com essas placas na garganta vai precisar de antibióticos. Vou deixar a receita com a secretária." Namorar ficou muito prático, assim como acabar uma paquera. Basta monitoramos os tiques. Dois tiques azuis e o parceiro tem cinco segundos para responder. Dois tiques azuis e a paquera não respondeu: tchau, já era.

É um novo tempo ao qual achei que não ia me adaptar. Fui engolido por ele! Penso que ainda vamos caminhar muito. Confesso que não sei em qual direção, mas lembro-me do filme de Jonathan Mostow, Substitutos. É o ano de 2054 e a população usa andróides para realizar suas tarefas diárias. Tudo de maneira muito performática. Ninguém sai de casa, mas todos acham que possuem uma vida. Talvez tenhamos iniciado esse momento onde achar a performance ideal é mais importante que abrir a porta de casa e mostrar o rosto. Tudo bem. Fazer o quê? Sem hierarquias. Cada período constitui a história da nossa espécie, mas de uma coisa estou convencido: para quem vive a transição, isso tudo é uma merda.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

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