domingo, 27 de novembro de 2011

PÁGINAS DE UM DIÁRIO...

30 de novembro de 2008;

            As minhas inquietações acerca de todas as coisas persistem. A questão é que agora não tenho com quem partilhá-las. A vida é engraçada, não? Todas as pessoas que amo estão longe.
            Falando em pessoas, algo me ocorreu ontem: Hoje, pensava ontem, sou uma pessoa mais cética, não que seja um descrente. Mas o fato é que toda minha relação com a igreja católica acabou. E foi uma relação longa.... sete anos! Porém, as pessoas mais próximas, as pessoas que mais amo, as pessoas que me olham nos olhos e me conhecem bem, todas elas eu conheci no seio do catolicismo. Nisso sou grato a religião, só nisso.
            Estou em processo de mudança. Em todos os sentidos. Quero mudar de casa e ir morar em um lugar melhor. Quero mudar minha rotina de atividades. Quero voltar a fazer algumas coisas. Quero gastar menos dinheiro. Talvez até namorar.
            Hoje amanheceu um dia de céu solene. É um bom dia para batizados. Um bom domingo! Espero.
                                                                                                                                                        RJ

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Nigéria: a dor não vai ficar lá fora

Nigéria: a dor não vai ficar lá fora

                Há algum tempo não me comovia com violência. Não se tratava de insensibilidade, mas o fato é que não presenciava nenhum atentado gratuito contra a vida humana há mais de um ano, desde que deixei a atividade operacional de policiar as ruas e passei a trabalhar em uma repartição administrativa da PM em Minas. Quando estava nas ruas estive com muitas vítimas: vítimas de estupros, vítimas de pais violentos, vítimas de armas de fogo e de objetos perfuro-cortantes. Nunca maximizei o sofrimento de ninguém, mas ajudava sem internalizar em profundidade a dor do outro. E para isso eu precisava de algum anestésico: música, alguma cerveja, literatura. Tudo para garantir que a dor daquelas vítimas não entrasse em minha alma e se instalasse lá dentro. Tudo para garantir que a dor ficasse do lado de fora.
                Quando me sentei à mesa e passei a despachar uma infinidade de documentos, não percebi mais o mundo a minha volta. Deixei de me envolver com a dor do mundo e acabei assimilando que não existe dor lá fora. Isso até ontem.
                Durante um encontro com amigos queridos em torno do Evangelho, discutimos a situação das crianças bruxificadas na Nigéria. Apesar da discussão, não havia dor entrando em mim porque não havia toque relacional. Apesar dos relatos dos meus amigos, eu só imaginava a dor dos pequenos. Certo é que saímos dali dispostos a ajudar. Mesmo sem ter a dor em meu peito, eu queria ajudar.
                Quando cheguei em casa acessei meu e-mail e nele havia um link do Caminho da Graça que me conduziu a imagens que me proporcionariam o toque no caos. Vi pastores neo pentecostais da teologia da prosperidade roubarem famílias com a promessa de que exorcizariam os espíritos maus que assombravam sua casas. E onde estariam esses espíritos? Pasmem: nas crianças!
                Sim aqueles falsos pastores cobram a metade da renda média anual de uma família nigeriana para expulsarem espíritos de crianças que eles dizem serem crianças bruxas. Acontece assim: Digamos que o pai de família está com problemas de emprego, a mãe está doente, porém eles freqüentam alguma denominação religiosa (não ouso aqui dizer Igreja, pois o sentido desta para mim é outro) e ali pagam seus tributos-dízimo, eles pensam que não podem sofrer as calamidades da vida tais como morte, enfermidade, problemas financeiros e outros. Neste momento, então, tem que culpar alguém. Sobra para a criança ou para as crianças, que são apontadas como bruxas. Elas são levadas ao charlatão-pastor e submetidas a todo tipo de barbaridade em uma mistura de rituais de um pseudo-evangelho e misticismo pagão que visa exorcizá-las para tentar recuperar a prosperidade da família.
                Os pequenos são queimados, tem suas cabecinhas perfuradas por pregos, apanham e em alguns casos são até decapitados.
                A este contexto de terror soma-se a omissão da comunidade evangélica internacional, dos órgãos internacionais que lutam pelos direitos humanos e da maioria das ONGs. Estas últimas inclusive, em alguns casos, aliando-se aos falsos-sacerdotes, desviando recursos destinados aos orfanatos que acolhem as crianças bruxificadas e deixando de prestar ajuda humanitária aos pequeninos, pois quanto mais crianças bruxas mais dízimos, mais dinheiro que será dividido entre os pastores neo pentecostais e essas mesmas organizações que deveriam proteger os direitos dos pequeninos. Ou seja: Se essas ONGs do diabo interferirem e protegerem as crianças, serão menos famílias a serem roubadas pelos cultos da prosperidade, sendo assim os macumbeiros subornam as entidades para que elas não desempenhem seu papel em prol de uma boa grana. Nas palavras de um amigo: “o bem e o mal se juntam”.
                Tomei consciência de tudo isso pelos relatos de viagem do Léo Santos, nosso irmão-amigo que está lá pelo Caminho Nações, tentando minimizar o drama daqueles inocentes. As imagens que vi foram fortes. Vi mais uma vez a morte sendo propaganda em nome da religião e do dinheiro. Vi a morte sendo propagada em nome Daquele que para mim só se move em vida e esperança. Vi homens inverterem a ordem da Graça de Deus. Ao invés de subverterem a ordem e implantarem graça de baixo prá cima – “fracos confundindo fortes” – nesse mundo, como supostos discípulos Dele, inverteram a dinâmica e implantam a desgraça na terra.
 Senti a dor daqueles pequeninos. Senti dor novamente! Pelo toque relacional do olhar, do ver, senti a dor irradiar em meus membros e pulsar em minhas veias. Ela faz parte de mim agora. Não está mais lá fora. Estou nessa causa. Talvez nunca vá ao campo, mas daqui onde estou sei que muito posso fazer. E é isso que estamos tentando fazer no Caminho Nações/Caminho da Graça, não sofrermos nenhum surto missionário, mas estarmos cientes de que em nossas realidades, através de nossos grupos de amigos, através das redes-sociais podemos juntar esforços e ajudar aqueles meninos e meninas a sentirem menos dor, a não sentirem mais medo de Deus, e, sobretudo a não sentirem mais medo de adultos. Podemos ajudar as crianças bruxificadas da Nigéria a apenas serem crianças de novo.
Você pode pensar: "mas existem tantas crianças aqui". Mas não existe ninguém que faça nada pelas crianças da Nigéria, e se ninguém faz  por elas, seremos nós que o faremos.
A dor não vai ficar lá fora!

Belo Horizonte, 21 de novembro de 2011.

Raphael Juliano
p.s. Vocês que me conhecem sabem que eu nunca pediria ajuda se não fosse realmente necessário. Se você puder ajude-nos a ajudar: Vejam o link acima.

Banco Itaú
        Agência: 2974 | Conta Corrente: 27523 - 8
        CNPJ: 13.099.198/0001-54
       Associação Humanitária Caminho Nações - Way to the Nations
               

               

domingo, 20 de novembro de 2011

Para que todos saibam sobre o caos no qual vivem as crianças na Nigéria!!


Amigos, boa noite.
Meu nome é Raphael Juliano, e como sabem sou policial militar e professor de sociologia. Faço parte de um movimento chamado "Caminho Nações - Way to the Nations" (http://www.caminhonacoes.com/) (VIDE LINK)
Na Nigéria cuidamos de dezenas de crianças que em nome de Deus são estigmatizadas como bruxas, tendo assim seus corpinhos furados, queimados... Na espera de que fiquem livre "da maldição" que está sobre ela,
claro, depois de seus pais deporem suas reservas de dinheiro diante do "sacerdote" mal intencionado, veja esse vídeo produzido pela BBC -> http://www.caminhonacoes.com/detalheconteudo.asp?idconteudo=271. (VIDE LINK)

Aqui no Brasil, eu faço parte de um movimento chamado "Caminho da Graça", onde gostamos, aprendemos e vivemos o Evangelho, Palavra de Deus, 'mentorados' por este homem, Caio Fábio (http://www.caiofabio.net/) e temos várias 'Estações' espalhadas pelo Brasil e Mundo de pessoas que acreditam no Evangelho puro e simples.

Em janeiro de 2010 fizemos nossa primeira viagem à Nigéria no intuido de combater essa praga/prática tão disseminada por lá... aqui está todo o relato de pesquisa pré-viagem e um "diário de viagem" -> http://www.caiofabio.net/canal.asp?canal=00028 (ACOMPANHE OS RELATOS DAS VIAGENS)

Desta primeira viagem foi montado um livro chamado "Missão: Salvar Crianças-Bruxas" (capa em anexo).
O homem que está na capa é o Leo, que ainda segue viajando para a Nigéria a cada 15 dias para organizar e administrar os orfanatos e outros projetos do Caminho por lá. Ele faz essa rotina a cada 15 dias pois deixou mulher e filhinho recém-nascido em Londres. Em breve eu espero que este livro esteja em várias livrarias.
Essa introdução serve para que você tenha um embasamento do texto que seguirá abaixo, razão única desse ato-email. O texto foi escrito pelo Léo (homem da capa do livro)
que está na Nigéria nesse momento e que agora nos repassa essas informações alarmantes do que está acontecendo lá. O MUNDO PRECISA SABER. NOS AJUDE A ESPALHAR!


CAOS NO NIGER DELTA
Apesar de escrever relatórios quase diários do que vem acontecendo aqui na Nigéria sempre tenho em mim um verdadeiro receio de dar muitos detalhes e mesmo assim não conseguir expressar a realidade e complexidade do problema.
Mas, hoje, requer um pouco mais de detalhes para que vocês sintam ou pelo menos percebam o que está acontecendo por aqui.
O desemprego na região é algo alarmante. Não se ouve estatística, mas em toda direção que vou vejo pessoas desesperadas por um trocado que seja para que possam comprar pelo menos um pão;
Policiais fortemente armados pelas estradas dobram o tempo de qualquer percurso com tantas paradas e tantas complicações que arranjam para pedir uma propina e pasmem eu vi uma propina de 200 Nairas (equivalente a R$2,00) deixar dois policiais extremamente satisfeitos. E não pensem que isso aqui vale muito, um cacho de bananas custa 250 Nairas.
Na última terça-feira, a caminho do orfanato James 1:27, vi um homem morto abandonado na beira da rua com seu corpo inteiramente queimado. O odor de carne queimada na rua me causava enjôo. Mais tarde vi quatro rapazes, talvez seus algozes,  que riam enquanto o enterravam a dois metros adentro daquele terreno baldio.
Cheguei ao orfanato James 1:27 para rever as crianças e ver como vai a obra dos dois quartos que pagamos recentemente para serem acabados. É neste orfanato que mantemos a Esther que resgatamos na minha última vinda. Encontrei a maioria das 50 crianças subnutridas vivendo de uma pequena porção diária de farelo de mandioca com água ou às vezes um bocado de feijão. A pequenina Vitória de aproximadamente 4 anos nos implorou por um pedaço de pão. Todas as crianças lá estão sofrendo com uma espécie de sarna na pele e eles não acham a causa do problema.
Suspeita-se dos colchões e/ou pequenos cobertores que não podem ser trocados por falta de condições. A situação é muito triste e carece muito de nosso cuidado. Fiz promessa no nome do Caminho de os ajudarmos mais.
Dois meses atrás a Esther, talvez pela falta de condições no orfanato fugiu de lá e tentou voltar para sua vila.
Nosso time foi tentar encontrá-la e seu padrasto disse que ela havia aparecido por lá mas que lá não estava mais. A Diana entendeu que ela havia sido abandonada novamente e foi procurá-la pelas ruas, a reencontrou aos trapos e a trouxe de volta ao orfanato.  Segundo o pastor do orfanato quando ela chegou e foram dar banho nela viram que ela tinha sido seriamente abusada e sua genitália estava toda desfigurada.
Depois fui rever  as 12 crianças (10 meninos e 2 meninas) que se refugiaram nos cômodos abandonados do antigo orfanato CRARN das quais temos cuidado com alimentos, roupas e ajuda escolar desde junho deste ano através de uma família local que se dispôs a cuidar deles.
Ali também no antigo orfanato encontrei também e pra minha surpresa o escritório reativado com duas ONGs trabalhando em parceria e dizendo que desde setembro tem também cuidado das mesmas crianças dando lhes duas refeições por dia.
Minutos mais tardes as crianças vieram me dizer que elas quase nada recebem daquelas ONGs além de esporadicamente uma porção de farelo de mandioca e percebi que ali não passavam de um grupo de 5 ou 6 funcionários do antigo orfanato desempregados a muito tempo, usando o lugar de fachada para levantar alguns fundos para si próprios. Todas as crianças me pediram que continuasse ajudando elas através da família do Godwin e no fim os meninos literalmente me imploraram por mais uma bola de futebol pois a deles já havia furado a vários dias. No dia seguinte quando retornei com uma bola novinha que havia trazido da Inglaterra a alegria deles foi tão grande que parecia que eu havia lhes realizado um grande sonho.
Depois fui até o orfanato da Salvation Army  (Exército da Salvação) onde mantemos o pequeno Samuel um menininho muito especial que também resgatamos das ruas e pagamos pelo seu cuidado.
Embora eles tenham uma construção invejável com quartos, casas, templo e muita área ao redor hoje só cuidam de 15 crianças e só contam com 4 funcionários por falta de fundos também.
De lá fui procurar a família da dona Mabel que já a mais de uma semana entrou em contato conosco pedindo ajuda. Pediram que fossemos buscar duas crianças que nos espaço de cinco dias foram encontradas  na estrada e que eles não tinham nenhuma condição financeira de cuidar delas.
Chegando lá os conheci. O primeiro que eles haviam encontrado sentado no mato à beira da estrada era o Bassey, um menino de 9 anos bem tímido que não sabe nem exatamente o nome de onde ele morava além do nome da região.
Segundo ele o pai o trouxe e o abandonou na rua. Quando o encontrei ele estava vestindo uma camisa do senhor que o resgatou e estava sem shorts, sem cueca, sem nada. Segundo dona Mabel quando ele foi encontrado estava usando uma roupa literalmente podre, estava extremamente faminto e não fazia idéia de para onde deveria caminhar e por isso sentou ali na estrada e ali ficou.
A segunda criança foi a Favour, aproximadamente 5 aninhos, uma gracinha de menina que não faz idéia do nome do lugar onde ela morava.
Foi também encontrada na beira da estrada com o corpo todo ferido. As marcas estavam espalhadas nas costas e cabeça e se assemelhavam a chicotadas mas ela tentando explicar a causa dizia que foi uma máquina grande e o pessoal acha que ela foi atropelada por algum caminhão e se machucou no asfalto. Por causa da situação em que ela foi encontrada a dona Mabel e seu marido chamaram a polícia que a levou e pelo dialeto dela tentou localizar sua vila, mas não conseguiram e simplesmente a trouxeram de volta. No caso do Bassey na próxima terça-feira a Uduak que trabalha conosco vai passar o dia com ele rodando as vilas de Oron tentando localizar sua vila e família para tentarmos um processo de reconciliação. Mas no caso da pequena Favour não cremos que vamos achar sua família e preciso ainda este fim de semana arranjar um orfanato onde possamos colocá-la e cuidar dela.
Visitei também o que eles chamam de “grande construção da Stepping Stones” e tudo o que vi foi um alicerce realmente bom mas já com muito mato crescendo mostrando a falta de trabalho por ali. Segundo os próprios membros da SSN eles estão com escassez de fundos e isso me disapontou, pois desde o começo do ano os vi deixando as “criancinhas bruxas” meio de lado devido a tanto conflito político com que se envolveram e começaram a desenvolver outros projetos em outros estados e em Gana.
Nas últimas três semanas nosso time resgatou e cuidou do caso de quatro meninos, Samuel (8 anos), Michael (8 anos), David (8 anos) e Israel (6 anos). Samuel está na Salvation Army aos nossos cuidados como já mencionei;  David foi encaminhado ao Ministério do Bem estar da Mulher e Criança; Michael e Israel tiveram suas famílias localizadas e foram ambos reconciliados.
Mas hoje, três horas atrás recebi daqui de Eket más notícias lá de Oron. Michael apareceu quase desmaiando na casa do Chief Medekong com a roupa toda suja de sangue. Quando olharam para ele viram que ele tinha um corte enorme na cabeça.
Rapidamente levaram ele para receber algum socorro, chamaram a polícia e os conduziram até a casa de Michael. Chegando lá abordaram seu pai o qual alegou que seu irmão, tio de Michael, bateu na cabeça dele com uma barra. A polícia encontrou seu tio e ele foi detido aproximadamente uma hora atrás.
Ainda a caminho da base nosso time recebeu uma ligação de Joy , uma funcionária da Stepping Stones, pedindo por ajuda. A mãe dela havia encontrado uma menina de 13 anos chamada Glory  num terreno baldio atrás de um campo de futebol. Ela disse que foi abandonada lá por sua família mas que mora em outra vila. Glory acaba de ser resgatada e vai ficar na nossa base até arranjarmos um orfanato para ela, enquanto tentaremos localizar sua família.
Também visitei as 200 crianças em Uyo ainda no abrigo temporário em que o governo as colocou depois de tê-las retirado do orfanato CRARN. Depois de nossa última visita lá em Julho e das fortes críticas que fizemos ao governo através da mídia eles aparentemente resolveram agir e contrataram mais pessoas para cuidar das crianças, colocaram quase todas em escolas na região, lhe deram uniformes de escola e colocaram uma enfermeira também no abrigo. Assisti as crianças chegarem num ônibus e vi também a cozinheira preparando um caldeirão de sopa de folhas para elas. Foi muito bom revê-las mas certamente ainda falta o mais importante no lugar, amor. As crianças estão mais carentes do que nunca e carecem de tratamento emocional.
No meio e em volta de todo este caos estão as (LITERALMENTE) milhares de “igrejas” pregando a prosperidade e adorando a mamom. Espalhando em cada canto que você olha seus cartazes e folhetos de campanhas cheios de promessas, quase todas ligadas a prosperidade e libertação dos poderes da bruxaria. Outros prometem o milagre do casamento.  A Apóstola Helen  que fez aquele filme desgraçado que infernizou a mente dos nigerianos esta com mais uma campanha prometendo vários milagres entre eles a defesa contra ataques de bruxaria, libertação de pesadelos, falta de promoção no trabalho e impotência financeira.
Enquanto isso os valores familiares e qualquer coisa que se assemelhe ao evangelho de Cristo vão desaparecendo. O inferno vai se instalando. Todo lugar que se olha nas ruas vê-se brigas ou a corrupção do ser. E as crianças continuam a ser consideradas o primeiro fardo a ser abandonado quando a situação fica fora de controle numa família. E são rejeitadas, abusadas e abandonadas o mais distante o possível de casa.
Não tenho perdido uma chance de sentar com pastores aqui tendo longas conversas sobre o EVANGELHO e tenho tido momentos muito bons e marcantes. Com a graça de Deus, a partir de fevereiro vamos colocar o Caio na TV local. Finalmente hoje consegui sentar com a direção de um canal e comecei a acertar os detalhes. Devido ao custo estou encomendando somente meia horinha por semana mas tenho certeza que vai fazer toda a diferença na vida de quem essa mensagem alcançar, assim como tem feito na minha e na sua vida.
Nestes dois anos a única coisa que vi melhorar por aquie mesmo assim muito lentamente
foi uma  estrada que liga um caos a outro caose a empresa de petróleo ao aeroporto.
Que permaneçamos todos juntos e firmes nessa batalha.Beijo em todos.
Leo SantosEket, Niger Delta - Nigéria
18/11/2011

Aqui termino meu apelo à você. Agradecido pelo seu tempo e disposição.
Que o mundo saiba.
Nossa estação estã pensando em como auxiliar esses pequeninos. Pensamos em juntar recursos (nossos) e "adotar" uma ou duas crianças, tornando-nos mantenedores delas em orfanatos lá.
Você pode pensar: "mas existem tantas crianças aqui". Mas não existe ninguém que faça nada pelas crianças da Nigéria, e se ninguém faz  por elas, seremos nós que o faremos.
Abraço,
Raphael

Banco Itaú
Agência: 2974 | Conta Corrente: 27523 - 8
CNPJ: 13.099.198/0001-54
Associação Humanitária Caminho Nações - Way to the Nations 

sábado, 19 de novembro de 2011

SIM PARA SER, NÃO PARA NÃO SER!







Quando Jesus diz “não”, é não. Quando Ele diz: “Faça assim”; é para assim fazer.


Desse modo, veja quando Ele diz “não”.


Não julgueis. Não atireis pérolas aos porcos. Não vos mostreis aos homens quando orardes, jejuardes ou derdes esmolas. Não andeis ansiosos de coisa alguma. Não os imiteis. Assim não é no meio de vós. Não foi assim desde o princípio. Não podeis servir a dois senhores. Não resistais ao perverso. Não vos vingueis a vós mesmos. Etc.


Veja também quando Ele diz “sim”.


Sim! Seja misericordioso. Seja justo. Seja fiel. Seja solidário. Seja simples. Seja como uma criança. Seja vigilante. Seja sóbrio. Seja capaz do bem sempre. Seja dos que buscam o Reino de Deus antes de tudo. Etc.


Agora saiba:


Para cada “não” há uma total impossibilidade de que, em se buscando viver contra o “não”, se possa ser feliz.


Não adianta. Quando Jesus diz “não” ninguém consegue violar e ser feliz.


Para cada “sim” há a total possibilidade de vida e felicidade abertos para quem ande conforme a proposta.


Obedecer adianta tudo...


Quem obedece a Palavra de Jesus segue o fluxo da vida, e isto é felicidade.


Agora releia os Evangelhos!


Não é não. Sim é sim. O que passa disso sempre vem do Maligno!



Nele, que é,

 
Caio

7 de janeiro de 09

Lago Norte

Brasília

terça-feira, 15 de novembro de 2011

PÁGINAS DE UM DIÁRIO...



24 de maio de 2000;

                Tudo ao meu redor corre. Homens, mulheres, animais, flores. Todos passam sem um piscar de olhos. Percebo que a boa educação se perdeu, ou será que cobro demais? Na verdade não sei. Já falei inúmeras vezes que não nasci para essa época. Meu espírito é nobre, de bons costumes, sem frescuras. Nesse tempo tudo é muito diferente: as opiniões, as atitudes, os objetivos. Não que eu seja um santo, se bem que de santo eu tenho alguma coisa. Mas a verdade é que sou diferente, bem diferente.
                Nessa h-estória toda a culpa é minha, sabia?
                Afinal quem nutre as expectativas sou eu. É difícil aprender a não esperar nada dos outros, quando se tem a oferecer.
                A vida, afinal, é bela por ser uma questão assim: não esperar para se doar.
                Não foi isso o que aconteceu com Jesus? Aprendi. Obrigado.

                                                                                                                                                 RJ

terça-feira, 8 de novembro de 2011

PÁGINAS DE UM DIÁRIO...

15 de maio de 2000;
            Existem poucos poetas nesta terra de pecados. É triste ver os homens morrendo. Morrem tantos todos os dias! E continuam por ai, andando como zumbis sem poetizar.
            Poesia é vida. Mas não vida orgânica. É vida interior. Poeta não entende a vida. Poeta vive a vida.
            Assassinos por todos os lados: “isso é coisa da carne, e não do Espírito.” Mas se o próprio Deus se dignou assumir em potência a carne! Como não falar da carne? Como não viver a poesia conjugal no corpo do outro? Delineando cada linha, desnudando a vida com os olhos, engolindo a amargura do proibido, pois proibir também faz parte da vida.
            Sim, é difícil decifrar a poesia em alguém. Mas é fácil codificá-la. É fácil viver os suspiros do outro. Tocar e inebriar de vida. Despedir deixando sempre algo.
            Poesia não são linhas e palavras. Soneto e metria. Poesia são pessoas, gestos, fadigas, tristezas, orgasmo, compaixão, miséria!
            Si m, são muitos os poetas que morrem. Porém são tantos os que fazem poesia com a vida e não o sabem! Todos os dias indo e vindo, dormindo e acordando, comendo, tomando banho, se compadecendo, beijando... Quantos são poetas! E o são porque não sabem mais diferenciar a poesia da vida.
RJ

p.s. A MAIOR POESIA DE BELO HORIZONTE PARA ESTE MINEIRO DOS "UAI" É O CHAFARIZ DA PRAÇA RAUL SOARES DURANTE A NOITE.

domingo, 6 de novembro de 2011

PÁGINAS DE UM DIÁRIO...

03 de maio de 2000;

                Não consigo esquecer.
                Se ao menos fosse um pensamento,
                ou um sentimento.
                Ainda se fosse uma pequena recordação,
                mas não é!
                E não consigo esquecer.
                Quem sabe se fosse um lugar,
                talvez  uma obra de arte.
                Valeria ainda uma oração,
                mas não é!
                E não consigo esquecer.
                Ah, quem deras um livro.
                Poderia até ser um fim de tarde chuvoso,
                ou quem sabe a leveza das nuvens,
                mas não é!
                E não consigo esquecer.
                Quem bom seria se fosse aquele poema.
                Até me perdoaria se fosse aquele pecado,
                e o maldito escrúpulo.
                Mas não é!
                E não consigo esquecer.
                Aquele dia de lágrimas,
                aquele filme sereno.
                Oh, se fosse um cálice de vinho!
                Mas não é!
                E não consigo esquecer.
                Está sempre em meu pensamento;
                Consome meus sentimentos;
                Anula minha recordação, pois é sempre presente.
                Refugia-me em todos os lugares;
                É a própria essência da oração;
                Diria que é o prólogo do livro de minha loucura;
                A chuva que irriga minhas potências;
                A nuvem que paira sobre o sol de meu entendimento;
                É a pena que constrói o poema;
                Faz o pecado se perder;
                Bendize os inescrupulosos.
                Não consigo esquecer porque é uma pessoa.
                Alguém que inspira um dia de lágrimas faz a vida parecer um filme metódico. É sem dúvida alguém que bebe do mesmo cálice que eu, não o de vinho, mas o inebriante da paixão!
                Não consigo...

                RJ
MEU DEUS, AONDE É QUE EU ESTAVA COM A CABEÇA NESSE DIA? ACHO QUE EU DEVIA ESTAR COM FOME, FUI À COZINHA, LEMBREI-ME DA NOSSA COZINHEIRA NAQUELE ANO DE 2000 E NÃO CONSEGUI MAIS ESQUECÊ-LA.... NAQUELE DIA....RSRSRSRSRS.