15 de maio de 2000;
Existem poucos poetas nesta terra de pecados. É triste ver os homens morrendo. Morrem tantos todos os dias! E continuam por ai, andando como zumbis sem poetizar.
Poesia é vida. Mas não vida orgânica. É vida interior. Poeta não entende a vida. Poeta vive a vida.
Assassinos por todos os lados: “isso é coisa da carne, e não do Espírito.” Mas se o próprio Deus se dignou assumir em potência a carne! Como não falar da carne? Como não viver a poesia conjugal no corpo do outro? Delineando cada linha, desnudando a vida com os olhos, engolindo a amargura do proibido, pois proibir também faz parte da vida.
Sim, é difícil decifrar a poesia em alguém. Mas é fácil codificá-la. É fácil viver os suspiros do outro. Tocar e inebriar de vida. Despedir deixando sempre algo.
Poesia não são linhas e palavras. Soneto e metria. Poesia são pessoas, gestos, fadigas, tristezas, orgasmo, compaixão, miséria!
Si m, são muitos os poetas que morrem. Porém são tantos os que fazem poesia com a vida e não o sabem! Todos os dias indo e vindo, dormindo e acordando, comendo, tomando banho, se compadecendo, beijando... Quantos são poetas! E o são porque não sabem mais diferenciar a poesia da vida.
RJ
p.s. A MAIOR POESIA DE BELO HORIZONTE PARA ESTE MINEIRO DOS "UAI" É O CHAFARIZ DA PRAÇA RAUL SOARES DURANTE A NOITE.
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