quarta-feira, 27 de abril de 2011

Filme "O Barato de Grace", de Nigel Cole (2000)

     Sem censuras, por favor! Sim o filme fala sobre a Canaabis Sativa. É, a maconha. Não vou defender aqui o uso, a descriminalização do uso ou mesmo tentar tratar o vício como uma questão de saúde pública, até porque sabemos das propriedades terapêuticas da erva. Pois bem, a película apenas usa, com criatividade, o tal do baseado para falar sobre algo maior: ajuntamento de pessoas.
     Grace, é uma jardineira de mão cheia em uma cidadezinha simpática do Reino Unido. Quando seu marido morre ela percebe que sua vida está de pernas prá cima. A viúva se vê sozinha e com inúmeras dívidas. Este é o momento onde ela se junta com um 'maconheiro', rs, e decidem produzir a Cannabis em larga escala para vender, uma vez que o seu comparsa também quer resolver alguns problemas na vida.
     A verdade sobre esse filme é que seus protagonistas tentam resolver suas demandas pensando unicamente em dinheiro, que realmente, às vezes ajuda. É aí que entra o poder terapêutico real da erva no filme. Aquela pequena comunidade se une, e irmanados pelos dramas pessoais se descobrem enquanto um núcleo de gente boa!
     A viúva endividada encontra o amor da sua vida e uma forma de sobreviver.
     O maconheiro redimensiona sua vida à partir da paternidade.
     O médico sai de seu mundinho fechado de viciado (percebam isso) e  se torna um bicho altruísta.
     O oficial de polícia cumpridor da lei, se mostra uma pessoa cooperativa.
     O cobrador é envolto no clima comunitário.
     As duas titias redescobrem o sentido da palavra alegria!
     E assim a comunidade vai se aprimorando. O filme não é sobre a maconha, mas sobre pessoas com dramas reais, mas que são gente daquela gente, e quando descobrem isso....é só gargalhada!!
     A obra foi indicada ao Globo de Ouro, com o prêmio de melhor atriz para Brenda Blethyn (Grace), que é um capítulo à parte. Ela só começou a atuar com quase 30 anos. Era desconhecida do grande público, quando o diretor Mike Leigh a escalou para estrelar Segredos e Mentiras, em 1996. O Barato de Grace venceu o prêmio do público no festival de Sundace.
    O filme é mais uma prova de que o humor inglês – sempre inteligente, cínico e sutil – proporciona experiências cinematográficas muito mais gratificantes que o atual humor norte-americano, grosseiro e apelativo.
    Abraços carpediminianos.
    Raphael Juliano

     Alerta: Menores de 16 anos e conservadores, não assistam!


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