"Que eu não veja obstáculos na união de corações sinceros,
O amor não se turva em águas turvas nem se curva ante a chuva.
Não. É uma luz constante que a tempestade não altera.
É a estrela de toda nau errante, de brilho claro, embora sem matéria.
Não é joguete do tempo, embora a carne sofra o peso de sua foice,
Se isso for falso, e provado também, eu nunca escrevi e nunca se amou ninguém."
Hilda Hilst
DA NOITE
ResponderExcluir"Que canto há de cantar o que perdura?
A sombra, o sonho, o labirinto, o caos
A vertigem de ser, a asa, o grito.
Que mitos, meu amor, entre os lençóis:
O que tu pensas gozo é tão finito
E o que pensas amor é muito mais.
Como cobrir-te de pássaros e plumas
E ao mesmo tempo te dizer adeus
Porque imperfeito és carne e perecível
E o que eu desejo é luz e imaterial.
Que canto há de cantar o indefinível?
O toque sem tocar, o olhar sem ver
A alma, amor, entrelaçada dos indescritíveis.
Como te amar, sem nunca merecer?"
Hilda Hilst
Tenho um livro dela, se tu quiseres, empresto.
Legal. Claro que quero, minha cara.
ResponderExcluirAbraço!