segunda-feira, 17 de março de 2014

As pessoas continuam jogando papel no chão

     Sim, faz tempo que não escrevo neste pedaço de tela. Pelo menos aqui no blog. Tenho me dedicado aos contos e ao romance que talvez nunca saiam. Mas hoje decidi escrever aqui. Decidi escrever sobre meu cansaço. Fiquem tranquilos. Não é um desabafo. É apenas a ludicidade teimando mais uma vez em mim.
     O Brasil foi tomado por um turbilhão de acontecimentos, é verdade, todavia existe uma desinformação precedida de # (que só há alguns dias descobri o que significa graças a um amigo) me cansando. 
     Respeito a todos e às suas opiniões, mas me cansa a Raquel Sherazade com sua contundência de senso comum. Sim, o senso comum dela é um entojo. Cansa-me o joguinho tosco entre tucanos e lulistas. Sabem, estou cansado de manifestações, que em junho de 2013 me deixaram esperançoso. Um clássico entre Cruzeiro e Atlético reúne gente da mesma maneira. 
     Estou cansado do Beijinho no Ombro e do Lepo Lepo, não enquanto manifestação cultural de umas gentes, mas como um hino matutino. Já estou até cansado desse ano eleitoral. Acreditam que, como fui ativista político, já estão chegando emails e telefonemas de candidatos que nem conhecem as cartilhas de seus partidos? Cansa-me demais ver o Estado policialesco e a Sociedade Civil se degladeando. E essa nossa mídia? Maniqueísta e bipolar. Nossa! Como ela me cansa. 
     E assim vamos nós, alguns entram em um jogo qualquer dessa desinteligência toda. Outros nem sabem o que acontece. E ainda há os que se cansam. Culpados? Inocentes? Nada! O ser humano no máximo pode ser incoerente. Somos múltiplos, não é? Quero esse adjetivo para me justificar: sou múltiplo. 
     Desejo apenas que no meio de nossas incoerências nos encontremos e façamos algo pelo nosso canto de universo. Que apoiemos a contundência de Sherazade, ou não. Que saibamos votar em tucanos ou lulistas, ou mesmo que participemos de uma passeata qualquer cônscios daquilo que queremos, mesmo que seja a vitória de um time de futebol. Desejo que o Lepo Lepo não seja a música que me desperte para trabalhar e que os políticos parem de me ligar. Desejo que o Estado e a Sociedade Civil se sentem à mesma mesa e que a mídia não tente manipular, pelo menos a mim. Isso me irrita!  Desejo que todos se encontrem, dentro ou fora do jogo. Talvez até em um blog, apenas observando, de cansados que estão.
     Percebem como ainda, apesar de cansado, resta uma frágil esperança neste que aqui escreve? Frágil mesmo, porque com esse caldo engrossando de (des)informação e com toda a nossa incoerência humana para assimilar tudo isso as pessoas ainda jogam papel no chão. Ver as pessoas jogando lixo no chão: isso me cansa.

                                                                                                             RJ

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