quarta-feira, 27 de agosto de 2014

E antes do PT era o PSDB...



                    Uma salada mista! É isso que a política brasileira se tornou. Lembro do meu tempo de militância, quando achava que podia fazer muito. Apoiei Márcio Lacerda (PSB) e Roberto Carvalho (PT) para a prefeitura de Belo Horizonte em 2008. Eu era assessor de um candidato a vereador do PSL. Por trás disso tudo estava Aécio Neves, à época governador pelo PSDB, e Fernando Pimentel (PT).
            Todos ganharam. Dois anos depois eu pedi minha demissão. Meus sonhos com a política envelheceram no meio dessas siglas.
            Meu professor de política dizia que Maquiavel enxergava o poder como um instrumento para o governante (príncipe) defender seu povo a qualquer custo, mesmo com crueldade e/ou trapaça. Essa mistura entre os partidos políticos no Brasil me faz pensar que a política se tornou uma carreira. Cartilhas se misturam em nome do poder. Cheguei a ouvir "eu não quero dinheiro, quero é poder". Por que? Ora, hoje o instrumento de defesa da população se tornou mecanismo para a sua própria conservação. Da perspectiva carreirista, os nossos governantes querem poder para se manterem onde estão, no poder. E aí qualquer argumento vale, desde a montagem da figura messiânica de Lula nas eleições de 2002, para que enfim o PT chegasse ao governo, até a morte de Eduardo Campos.
            Pêra, uva, maça ou salada mista? Parece que ninguém consegue mais distinguir os sabores, então é salada mesmo! Aécio hoje disputa a presidência da República pelo PSDB e Pimentel o governo de Minas pelo PT, apoiando Dilma para Presidenta na mesma legenda. Como tudo mudou desde 2008.
            Quando falo que vou votar em determinada legenda, alguns colegas zombam de mim: "vai perder seu voto, é?" Eu simplesmente respondo: não, vou tentar sentir o sabor de uma fruta só. Mas depois eu me pergunto: será possível?
  

2 comentários:

  1. Há muito tempo já não degusto fruta qualquer meu amigo... Não se trata de desprezo pela "democracia", mas talvez pela minha incapacidade de desvendar o pomar, ou... pela incapacidade de atear fogo nesta "lavoura arcaica".

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  2. Wal, queimar tudo seria uma boa opção! Obrigado pela leitura.

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