Os dias se passam lá fora,
O frio teima em entrar,
Mas minha caneta cá está.
Minha consciência vive em círculos,
Não é repetição ou estática,
Mas sim o processo de uma consciência bem resolvida,
Que nada teme, senão a fuga incessante daqueles que me amam.
Não poderei viver apenas com minha caneta nessa desolação.
Que no circular da autenticidade, meu espírito encontre homens bons e que mantenha próximos os já conquistados.
E quando vier a noite escura após o dia frio, que eu me sinta seguro,
Sabendo a quem escrever,
Sabendo a quem falar.
Que não me importem mais;
Dias,
Frio,
Noite,
Escuridão;
Que com boa consciência eu possa desde já estar fora do tempo.
Além do tempo.
Sem medos,
Sem medos,
Sem seguranças,
Sem resoluções.
Enfim; pronto para acabar.
VERSOS DE INSENSATEZ
ResponderExcluirNelci Nunes - O Falador.
Perturbo algumas vozes que ouço.
Consciente, sei; ninguém me ouve.
Espanto visionárias visões,
Antes de repensar o que falei.
Ando de olhos fechados acotovelando a vida.
Desejando abdicar de velhas palavras...
Incomodo as vozes que me ouvem.
Sou o meu pequeno rei pequeno,
Sem controle sob a paisagem.
Não quero nenhum tolerável sorriso.
Posso espalhar minha falsa ira,
Criando palavras insuportáveis...
Pensamentos fantásticos, inverossímeis.
Recolhidos na curva do vento noturno,
Quando já não me importo mais de velar.
De olhos arregalados, aproveito melhor a vida,
Observando as pegadas que a noite deixa.
Recomeça com o dia a minha sensata fuga...
Eu sei de onde vim; não quero ir para onde vou,
Sobreposto pela minha capa de super herói insensível...
Lindo!
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